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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A autarquia e a alimentação

Herdamos muito de nossa cultura dos gregos. Palavras como ética, política e autarquia tem origem grega, embora usemos essas palavras muitas vezes sem nos ater ao sentido delas usando-as errôneamente.
Apesar de as duas primeiras serem interessantes como exemplo, penso agora na última, que traduzida a grosso modo entende-se por autossuficiência.
Um filósofo que se deteve sobre essa condição, do qual gosto muito, foi Epicuro
Epicuro, ao invéz de ensinar em um prédio, uma palestra, funda sua escola em um horto ou jardim, (képos em grego) nos arredores de Atenas.
O filósofo do jardim coloca como objetivos o bem o prazer, e sendo materialista, o bem de Epicuro também é matérial. Mas pera lá, antes de sair caindo na esbórnia é bom saber que no pensamento do nosso filósofo existem várias gradações de prazer. Como ele mesmo diz:
"Quando dizemos que o prazer é bem, não aludimos de modo algum aos prazeres dos dissipados, que consistem em torpezas...Aludimos sim, à ausênsia de dor no corpo e a ausência de perturação na alma."
A regra de uma vida feliz é saber escolher dentre os prazeres aqueles que não nos causarão dor e perturbação.

Comer quando se tem fome é um prazer natural e necessário, mas comer excessivamente e coisas supérfluas é natural, mas não necessaŕio. Existe uma categoria ainda que seria a dos prazeres não naturais e não necessários, mas como não há como enquadrar a alimentação nesta, deixamos de lado.
O segredo da autonomia seria então satisfazer a primeira categoria de prazer, ser moderado na segunda e nos afastarmos da terceira.
Valorizando tanto a ataraxia nosso filósofo do jardim vivendo em um horto na medida do possível deveria produzir seu próprio alimento.
De certo tento fazer isso na minha cozinha, minimizo na medida do possível os industrializados. E isso me dá prazer.
Um molho de tomate feito em casa, é muito mais saboroso que aqueles de "caixinha".
Mas hoje em dia, mesmo usando alimentos não processados em nossa cozinha, já não temos mais tanta certeza da real procedência da nossa alimentação.
Já se perguntou se aquele óleo de soja inocente no armário é de soja geneticamente modificada ou não?
Simples, não há como saber.
Então fica uma pergunta, como podemos exercer nossa autonomia, se não temos conhecimento como base para decidir?


domingo, 10 de janeiro de 2010

Gorgonzola e a filosofia

O queijo gorgonzola é original da Itália, de uma região do mesmo nome. É um queijo que tem um aroma muito característico, ou seja um eufemismo para queijo fedido, mas o sabor é uma delícia.
Eu particularmente gosto muito do visual, acho muito bonito aqueles veios formados pela bactéria que faz a alquimia de transformar o leite nessa massa magnífica.

  Dá para simplesmente degustá-lo com um bom vinho, mas isso é tão esnobe que melhor mesmo é combinar o queijo com outras coisas fazer a mágica da cozinha.
Já que o queijo é italiano, nada melhor que fazer um molho para acompanhar uma boa massa ou como dizem os italianos "pasta".
Vamos precisar de 250 gramas de gorgonzola, 2 xícaras de l creme de leite fresco, 1 xícara de leite, pimenta branca e sal o quanto quiser, recomendo pouco sal pois é mais saudável.
Mais simples que essa receita, só comprando pronto, mas que graça tem?
Vamos lá: corte o queijo em pedaços, coloque em uma panela com fogo baixo, e vai amassando o queijo com uma colher e vai colocando aos poucos aproximadamente a metade do creme de leite para formar um creme.
Depois que chegar à consistência de creme, acrescente o restante do creme de leite e o leite, tempere com a pimenta e o sal. O pulo do gato, é usar noz-moscada, mas aquela que se compra inteira e rala na hora de usar. Duas raladinhas só, pois esse treco dá barato!
Aí, queridos, haja braço! Mexe até formar um molho cremoso.
Se ficar muito grosso, põe leite, se ficar ralo, um tiquinho de maizena dissolvida em um quarto de copo de  água.
Use esse molho em penne ou spaguetti ou o que a sua imaginação mandar, e sobre vinho pra acompanhar, bem não sei qual o melhor, mas pela característica marcante do queijo, recomendo que seja um tinto mais incorpado. E bom apetite!
E  o motivo pelo qual escolhí essa receita? São dois, um é que a filosofia se parece um pouco com o gorgonzola, meio fedido a princípio, acaba afastando a maioria das pessoas, mas quando nos damos ao trabalho de conhecer, vemos que não é tão fedido assim, tem um sabor marcante,  e serve como molho para melhorar muitas outras coisas na vida, desde nossa visão política até nossa conduta profissional.
A outra é que uma grande amiga havia me pedido essa receita, pois está aí Lílian, sua receita, espero que goste.
Ah! a Lilian é uma excelente fotógrafa e faz um trabalho muito original.